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Por Beatriz Lourenço
A Amazônia está passando por um período de seca num cenário que é considerado extremamente preocupante. Seus rios estão secando e há registros de secas por toda sua extensão, tendo maior incidência nos estados do Acre, Rondônia, Roraima e Amazonas.
Segundo a WWF-Brasil (organização da sociedade civil brasileira, apartidária e sem fins lucrativos que trabalha em defesa da vida), isso pode ser associado diretamente ao aquecimento anormal do Oceano Atlântico e também ser relacionado ao mesmo fenômeno no Oceano Pacífico, chamado de ’El Niño’. Nesse cenário, é possível fazer um paralelo entre o El Ñino com outras consequências trazidas por ações antropogênicas que acabam poluindo o meio ambiente e trazendo alterações climáticas, que interferem diretamente na seca.
As atividades agropecuárias e madeireiras, que incentivam o desmatamento desenfreados, são ações humanas que interferem muito nesse cenário, assim como o garimpo, e a presença de represas e hidrelétricas na região, que por si só já prejudica o curso e qualidade do ar, já que há a liberação de gás metano na atmosfera.
Segundo a BBC, na segunda-feira (16/10/2023), uma medição do nível do Rio Negro foi realizada e o resultado foi lastimável: o rio registou seu ponto mais baixo desde 1902, tendo aproximadamente 13,6 metros, e batendo o recorde de estiagem, que até então era o de 2010.
Estudiosos acreditam que, este momento já pode ser considerado de grande preocupação e perdas inestimáveis, como a morte de botos rosas e cinzas da região, além da mortalidade de outras espécies de peixes, porém, há quem diga que ainda não é possível considerar que esse cenário se dê por conta de ações antropogênicas, uma vez que a região já possui um sistema próprio de períodos de seca, como é o caso do meteorologista e pesquisador Giovanni Dolif, que explica também, que a estiagem atual é compatível com modelos projetados onde há um aumento da temperatura do planeta.
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