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Por Luan Machado Oliveira
Formando em Técnico em Eletromecânica pelo IFBA Campus Vitória da Conquista, estou desenvolvendo um maior senso crítico para temas cotidianos que antes não tinham tanto significado. Algumas disciplinas dentro do curso estimulam esse aprimoramento por meio de pesquisas e trabalhos, que visam correlacionar o conteúdo estudado em sala e uma situação prática. Assim, o texto em questão irá abordar a aplicação de uma pesquisa da disciplina Organizações e Qualidade, ministrada pela professora Graça Bittencourt, versando sobre um evento que ocorreu quando eu treinava Karatê em Brumado.
No período em que trenei, fiz parte de uma equipe formada pelo Sensei Ronaldo Coqueiro com o intuito de participar de competições. Tal equipe era constituída por 4 integrantes, com cada um se destacando em diversos aspectos: agilidade, força, precisão; e um sendo mais neutro, o que não significa, necessariamente, algo ruim, pois a neutralidade pode proporcionar uma evolução repentina. Ao longo dos treinos nós 4 tivemos um considerável progresso, visto que em uma equipe menor o Sensei pode se atentar melhor aos detalhes. Durante as análises foi possível observar que em um movimento chamado kizami gyaku (um soco curto seguido de soco contrário) o aluno mais neutro se destacava, por isso o Sensei recomendou que o aluno focasse seu treino em tal movimento, o que mais tarde o levou ao status de campeão baiano em sua categoria.
Recentemente, realizei uma pesquisa relacionada à ferramenta de qualidade “Diagrama de Dispersão”, parafraseando Francis Galton, essa ferramenta é amplamente utilizada na função de testar a correlação entre duas variáveis, sendo uma a independente e outra dependente. Essas correlações podem ser: positiva, quando as variáveis são diretamente proporcionais; nula, quando não há relação de influência entre as duas; ou negativa, quando são inversamente proporcionais. Dessa maneira, também é possível traçar modelos de previsões matemáticas, que são formados por linhas de tendência. Tal modelo de previsão facilita o planejamento e a identificação de outlier, que são pontos fora da curva, ou seja, pontos que divergem com certa discrepância da linha de tendência.
Ao logo da pesquisa fiz algumas aplicações dessa ferramenta em meu cotidiano, logo pensei no Karatê. Na sequência, lembrei em específico da equipe de competição, visto que, se um atleta “neutro” evoluiu rapidamente ao ponto de se tornar campeão, algo atípico pode ter acontecido. Assim, ao aplicar o Diagrama de Dispersão fiz certas observações, como: as variáveis de horas treinadas e evolução eram diretamente proporcionais, ou seja, quanto mais horas treinadas maior a evolução. Contudo, haviam outras variáveis presentes no processo, pois, a tendência não era que um atleta neutro se tornasse campeão. Então, recordei da variável de especialização. Ao se especializar em um só movimento, sua evolução foi muito acelerada, assim se enquadrando como um outlier positivo, ou seja, tal variável pode exercer uma influência semelhante ou até melhor ao tempo de treino padrão.
Em suma, a variável especialização pode ser aplicada em vários processos e empresas atualmente, temos como exemplo empresas que se especializaram em somente um produto ou serviço, para que, depois de dominar a área em questão, se voltassem para outras oportunidades. Assim, a possibilidade de especialização em um nicho é vista com bons olhos por vários gestores, principalmente por aqueles que adotam uma linha próxima às teorias clássicas.
