Por Hugo Prado
Embora a educação seja um processo contínuo e constante na história da sociedade, os processos educativos não se enquadram em um único formato de ensino, segundo Érika Dias em seu trabalho ‘Educação e Sociedade’. Não podendo ser entendida como algo fragmentado, a educação é uma prática social situada historicamente, numa determinada realidade, que irá designar os parâmetros de uma cidadania ética. Seja em manifestação formal ou informal, a educação tem o conhecimento como sua matéria prima. Assim, a transformação educacional acontecerá a partir das epistemologias apresentadas nos processos de ensino e aprendizagem, garantindo ao indivíduo o conhecimento científico. Para a epistemologia, o conhecer pode ser constitutivo do objeto de conhecimento.
A partir dessa concepção, pode-se deduzir que educação ambiental possui grande contribuição na formação integral de toda uma cidadania, pois estimula de maneiras integradas a conscientização ética e a responsabilidade das ações para com os outros e com o planeta. Para Neri de Paula Caneiro em seu trabalho ‘Educação e Educação Escolar’, as transformações do mundo estão associadas a momentos pedagógicos desenvolvidos pelos sujeitos-alunos com participação de seus tutores, que devem ser aprimorados para identificar seus espaços de participação, despertando nestes uma consciência ambiental; a partir de epistemologias educacionais formais ou informais, promovidas pelo professor e educador no ambiente escolar.
Nilson Duarte Rocha e Lúcio Jorge Hammes em seu estudo sobre ‘A Epistemologia na Educação Ambiental’, defendem que a educação ambiental é componente essencial e permanente para a educação nacional, e está presente nas esferas sociais de origem informal e formal. Residindo na consciência dos cidadãos sobre as consequências de suas ações antrópicas. Promovendo a mudança de seu comportamento, até então tidos como nocivos para o ambiente e sociedade. Assim, aumentando práticas sustentáveis – estimuladas a partir da reprodução dos valores educacionais ensinados, que são impostos por manifestações diretas ou indiretas de ensino.
Uma ação educativa permanente que proporciona uma investigação de sua realidade global, onde a sociedade se descobre participante do meio biológico. Percebendo ser o maior responsável pelos impactos ambientais a partir de suas atividades antrópicas, tomando a responsabilidade das consequências de suas ações.
Assim, a partir dos valores educacionais ambientais é possível realizar o processo de reconhecimento para que se desenvolva habilidades modificadoras do meio, conclusão defendida por Neri de Paula Caneiro em seu trabalho ‘Educação e Educação Escolar’.
A escola é parte integrante para que ocorra um processo participativo permanente, onde viabiliza novos conhecimentos, valores e atitudes. Desempenhando sua missão e preparando a sociedade para o exercício de cidadania consciente. Através de epistemologias motivadoras que implicam o pensamento revolucionário nos alunos, transformando esse conhecimento em práticas educativas.
Caso você tenha interesse em uma maior imersão no assunto, consulte os seguintes autores e seus respectivos trabalhos: Alexsandro M. Medeiros com Teoria do Conhecimento e Epistemologia em Educação; Érika Dias, Fátima Cunha Ferreira Pinto com Educação e sociedade; Luiza Padovam Vieira com Educação ambiental nas escolas: por que ela deve ser implementada?; Neri de Paula Caneiro com Educação e educação escolar; Nilson Duarte Rocha, Lúcio Jorge Hammes com A Epistemologia na Educação Ambiental e Tamires Lopes Podewils, Alana das Neves Pedruzzi, Luis Fernando Minasi com Da educação ambiental e suas epistemologias.