por Clarice Gomes
A infecção cruzada é a transferência de microrganismos de uma pessoa para outra, acometendo também pessoas saudáveis, o que aumenta o risco de contaminação. A descoberta desse tipo de infecção se deu através de um estudo experimental realizado por um médico húngaro chamado Ignaz Philipp Semmelweis em 1847. Nesse experimento, ele constatou que os médicos que saíam da sala de autópsia para as de obstetrícia exalavam odor desagradável em suas mãos, transferindo os microrganismos cadavéricos às parturientes (mulheres em trabalho de parto). O médico também notou que o índice de mortalidade materna era maior no ambiente hospitalar do que nos partos realizados em casa por parteiras.
Em maio de 1847, Semmelweis propôs que todos os médicos e estudantes de medicina lavassem as mãos com uma solução clorada após realizar autópsia e antes do contato com as parturientes. O resultado obtido com esse estudo foi uma queda considerável da mortalidade materna de 12,2% para 1,2% ao mês, provando que a infecção cruzada era a principal causa de infecção.
Atualmente no Brasil, estima-se que a taxa de mortalidade seja de 15% segundo o Ministério da Saúde, sendo maior na rede pública que na rede privada. Já na Europa e EUA essa taxa é menor, chegando a 10%. Cerca de 240 mil pessoas morrem por ano, ou seja, em nível mundial a cada segundo morre uma pessoa por SEPSE no mundo, tendo sua principal causa a infecção cruzada. Cerca de 70% das infecções poderiam ser evitadas no âmbito hospitalar através de medidas simples como higienização das mãos. Na época epidemiológica que nos encontramos, uma atitude simples e extremamente importante para nos mantermos seguros – Lavar as mãos.