por Danyella Silveira
O Projeto Willow, proposto pela empresa ConocoPhillips, é uma iniciativa que tem gerado intensos debates em relação à exploração de petróleo em uma das áreas mais preservadas e intocadas do planeta. O projeto pretende criar aproximadamente 199 poços de perfuração dentro da Reserva Nacional de Petróleo do Alasca, uma vasta região pública de cerca de 93 mil hectares nos Estados Unidos.
O controverso projeto surgiu em 2017, após a descoberta de grandes jazidas de petróleo no Alasca, o problema surge por conta da área ser um vasto território de vida selvagem e até mesmo considerada um refúgio de paz para a biodiversidade, em particular aves migratórias presentes na região. Localizado na remota região de North Slope, no extremo norte do Alasca, o projeto traz a maior prospecção de petróleo das últimas décadas na região, podendo extrair até 180 mil barris por dia.
A proposta inicial apresentada pelo Governo dos Estados Unidos no primeiro trimestre de 2023 envolvia perfurações em cinco novos locais, o que implicaria na construção de estradas, pontes, oleodutos e outros pontos de estrutura, porém, após análise ambiental e diversas críticas, principalmente por manifestantes “anti-willow”, foram permitidas perfurações em apenas três novas áreas, um território 27,5 mil hectares menor do que o proposto no começo.
Estimativas apresentadas pelo Escritório de Gestão da Terra dos Estados Unidos indicam que essa extração irá gerar até 278 milhões de toneladas de CO² e ao longo dos seus 30 anos de vida útil, que corresponde a um aumento de dois milhões de carros na frota norte-americana todos os anos.
O Projeto Willow representa uma significativa ampliação na prospecção de petróleo na região, equiparando-se às maiores atividades das últimas décadas. Esse aumento na produção tem aumentado consideravelmente as preocupações dos ativistas ambientais, que temem que a intensidade da exploração possa levar a um desastre ambiental na região. No dia do anúncio, a organização ambiental ecologista Sierra Club expressou sua opinião veemente: “É a decisão errada e será um desastre para a vida selvagem, as terras, as comunidades e para o nosso clima”. Com essa declaração, a notícia da aprovação e futura execução do Projeto Willow provocou uma série de controvérsias e consolidou as críticas entre ambientalistas e ativistas.
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), uma proeminente organização global dedicada à promoção do conhecimento científico sobre as transformações climáticas afirma que ainda existe uma janela de oportunidade para combater as mudanças climáticas. No entanto, enquanto a urgência de ação é clara, a indústria muitas vezes segue em direções opostas, e os problemas ambientais continuam a se agravar em ritmo acelerado.
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