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O Instituto Alfam é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, localizada na cidade de Vitória da Conquista e que tem como missão “desenvolver o potencial transformador de pessoas, mediante a disponibilização de experiências educativas e profissionais inovadoras, de forma lúdica, criativa, humanizada e inclusiva”. Seus princípios são: transformação social, alta performance, qualificação em alto padrão, ética e diversidade, inovação e sustentabilidade.
O Instituto é reconhecido como de utilidade pública em Vitória da Conquista, gerando transformação social com o desenvolvimento de projetos de atenção às crianças, jovens e famílias em vulnerabilidade. O Alfam também promove a inclusão de jovens no mercado de trabalho via programas de estágio e jovem aprendiz, auxiliando empresas que buscam transformar a vida desses sujeitos.
Recentemente, o Instituto lançou o livro Relações Humanas 4.0 – Desafios e Perspectivas, dedicando o capítulo 9, Jovens no Mercado de Trabalho e o desenvolvimento social, aos registros e reflexões sobre a inclusão de jovens no mercado de trabalho como estratégia de desenvolvimento social, frutos da experiência do Instituto Alfam. O livro encontra-se à venda em algumas livrarias e os valores obtidos serão revertidos ao projeto Adote um Pequeno Leitor, desenvolvido pelo Instituto Alfam e pela Livraria Pequenos Leitores, cujo objetivo é incentivar as crianças a desenvolver o hábito da leitura.
O InQ.Ifba entrevistou Fabrício Vieira, presidente do Instituto Alfam. Confira!
InQ.Ifba: Como surgiu a ideia de criação do Instituto Alfam?
Fabrício Vieira: O Instituto Alfam nasceu da vontade dos seus idealizadores de atuar na área social, disponibilizando seus conhecimentos técnicos e vasta experiência profissional em prol da causa da inclusão social. No entanto, o início de tudo foi o relato de um empresário que sentiu a necessidade de fazer algo em favor das crianças em vulnerabilidade social, quando ficou chocado ao saber que a casa de uma família havia sido queimada com pessoas dentro, por conta de uma dívida de R$50,00 com traficante de drogas em Vitória da Conquista. A partir daí foram pensadas e desenvolvidas diversas atividades para envolver crianças e jovens, com o objetivo de despertar neles a vontade de se desenvolver e de crescer. Inicialmente, essas atividades se voltavam para às áreas do esporte (com enfoque nas artes marciais) e da musicalização (com instrumentos de sopro e cordas). Com o tempo percebeu-se que as crianças permaneciam nos projetos, mas alguns adolescentes evadiam para ajudar os pais na complementação de renda, em geral seguindo os mesmos passos de seus responsáveis ou de outro integrante da família, desenvolvendo atividades laborais informais que não exigem escolaridade, nem resguardam os direitos sociais, tais como: catador de material para reciclagem, ajudante de pedreiro, empregadas domésticas etc.
Percebendo a necessidade de renda por parte das famílias dos jovens em vulnerabilidade social, o Instituto Alfam formalizou-se como agente de aprendizagem junto ao Ministério da Economia com o objetivo de fornecer capacitação profissional e inserir os jovens no mercado de trabalho como aprendizes e estagiários. Assim os jovens poderiam ajudar no aumento da renda familiar sem se afastarem do ambiente escolar e de formação continuada, dando a eles um horizonte mais promissor, através do qual podem contribuir com a redução da vulnerabilidade social de sua família.
InQ.Ifba: Atualmente existem muitas empresas que procuram e são parceiras do Instituto? Como acontece esse contato?
Fabrício Vieira: Não há grande procura por parte das empresas, que geralmente o fazem apenas após sofrerem fiscalização que exige o cumprimento das cotas de aprendizagem previstas na Lei 10.097/2000. Quando estas empresas contratam os jovens, não o fazem como forma de transformação e desenvolvimento social, portanto não privilegiam aqueles em estado de vulnerabilidade nos processos de seleção. No caso do Instituto Alfam, as empresas que se tornaram parceiras foram as que investiam em projetos sociais e que conheciam a seriedade e a capacidade técnica dos gestores do Instituto. Isso nos evidencia uma lacuna em nossa comunicação com a sociedade, acreditamos que, com a maior divulgação das ações do Instituto, certamente ampliaremos as nossas atividades.
InQ.Ifba: Como acontece a seleção dos jovens dentro dos programas? Como podem se inscrever e concorrer às vagas?
Fabrício Vieira: Os jovens se cadastram na plataforma do Instituto Alfam por meio do site www.institutoalfam.org.br e em paralelo o Instituto cadastra as faculdades, as escolas e toda a rede de assistência social. O maior desafio é sensibilizar as empresas a abrirem oportunidades para os jovens em vulnerabilidade social.
InQ.Ifba: Conte um pouco da trajetória do Instituto Alfam. Tiveram muitas dificuldades? Como foi esse processo de consolidação e reconhecimento.
Fabrício Vieira: A principal dificuldade que enfrentamos e ainda estamos enfrentando foi a natural desconfiança por parte das empresas quando um novo entrante no mercado de aprendizagem surge. Ainda que tenhamos um bom capital relacional dos gestores do Instituto Alfam, é importante que nos façamos presentes em diversas iniciativas para que sejamos, no mínimo, lembrados quando da contratação de estagiários e/ou jovem aprendiz.
O processo de reconhecimento social está em andamento. Ainda estamos buscando expandir a nossa atuação e atingir toda a nossa capacidade, porém já obtivemos o reconhecimento municipal de Utilidade Pública mediante a Lei 2429/2020 e entendemos que é somente uma questão de tempo, já que seguimos firmes em nossos propósitos buscando engajar as empresas nesse movimento de transformação social por meio da educação e do trabalho.
Para mais informações sobre o trabalho desenvolvido pelo Instituto Alfam acesse: https://www.institutoalfam.org.br/quem-somos/
