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Projeto Trilhas Ecológicas

Por Prof. Jacson Tavares de Oliveira

Trilhas - Água Fria II

Hoje em dia, a Educação Ambiental (EA) vem sendo considerada urgente e importante para a sociedade, pois o futuro da humanidade e das demais formas de vida é relação direta das ações que se estabelecem entre a sociedade e a natureza.

A EA que se desenvolve nas escolas é essencial para a conscientização ecológica não somente dos alunos, professores e funcionários, mas, sobretudo, para as comunidades que habitam o seu entorno. Por estarem localizadas na zona urbana e nos mais variados recantos do município, as escolas representam um espaço privilegiado de divulgação de idéias em áreas próximas e distantes do centro urbano.

 

A questão ambiental é tema transversal ao currículo obrigatório e a ONU também estimula o desenvolvimento de projetos de EA cujo foco esteja na convivência com o Semi- Árido. O Selo UNICEFcertifica a gestão ambiental, dando visibilidade nacional e internacional aos municípios aprovados. Dentre as formas de ganhar pontos está o desenvolvimento de projetos de EA nas escolas com a participação de crianças e adolescentes.

Reconhecendo que meio natural e meio social são faces de uma mesma moeda, portanto, indissociáveis, o grande desafio que se coloca para o município é a questão desenvolvimento/preservação, ou seja: preservar e conservar o meio natural e, ao mesmo tempo, garantir possibilidades de uma gestão racional dos recursos naturais, com destaque para a água, o solo e a biodiversidade.

As ações que poderiam resultar em melhores condições ambientais são muitas, mas, obrigatoriamente percorrem um caminho comum — o da educação. Atualmente, todos os estudos feitos sobre o meio ambiente, nos vários países preocupados com a questão, indicam a EA como a maneira mais eficiente para desenvolver uma consciência sobre o tema.

O projeto pretende sensibilizar os alunos que estão matriculados no 4° ano do ensino integrado do IFBA Campus Vitória da Conquista através de aulas de campo, onde os estudantes terão a oportunidade de verificar, na prática, os conteúdos que são trabalhados em sala de aula.

Justificativa

No Brasil, na década de 1980, a EA passou a ser um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente. Em 1988, com a promulgação da Constituição Brasileira, reconheceu-se em nosso País que:

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”; cabendo ao Poder Público “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.”

Também a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece que:

“A Educação Ambiental será considerada na concepção dos conteúdos curriculares de todos os níveis de ensino, sem constituir disciplina específica, implicando desenvolvimento de hábitos e atitudes sadios de conservação ambiental e respeito à natureza, a partir do cotidiano da vida da escola e da sociedade.”

Nesse contexto, é importante que os estudantes tenham condições de identificar o nível de degradação ambiental nas barragens de abastecimento, a fim de se tornarem pessoas conscientes e capazes de atuar positivamente no processo de revitalização dos recursos naturais. O município de Barra do Choça apresenta uma grande riqueza natural e destaca-se, economicamente, pelas atividades ligadas à terra, notadamente, a pecuária e a agricultura.

Dentre os problemas que são verdadeiros desafios para a gestão racional dos recursos naturais nas barragens Água Fria I e II, podem-se destacar: as ameaças à sobrevivência dos bichos da floresta pelo intenso desmatamento verificado nas últimas décadas; o processo de destruição dos recursos naturais; a poluição alimentar pelo uso indevido de agrotóxicos; e a poluição das águas por agroquímicos e por lançamento de efluentes sem tratamento oriundos de esgotos domésticos e de despolpamento do café.

O grande fator para o desenvolvimento de Barra do Choça foi a implantação e o desenvolvimento da lavoura cafeeira, por volta de 1972. De lá para cá, a supressão da vegetação nativa avançou inclusive nas Áreas de Preservação Permanente (APPs), com desmatamentos ilegais na vegetação das margens de rios, de nascentes, de reservatórios, dos topos de morros e das encostas íngremes. O resultado disso foi intensificação da erosão, perda da estrutura e fertilidade dos solos, assoreamento e poluição dos rios que não têm mais a proteção das matas ciliares. Além disso, os constantes desmatamentos foram responsáveis pela extinção de muitas espécies animais e vegetais outrora existentes no município.

O conjunto destas situações exige a busca de um novo estilo de desenvolvimento, pautado no respeito à natureza. Nesse contexto, é preciso que sejam tomadas providências nos sentido de promover a preservação do meio ambiente e uma das ações fundamentais é fortalecer o trabalho de EA que já vem sendo desenvolvido nas escolas do município.

As barragens Água Fria I e II

As barragens Água Fria I e II localizam-se no município de Barra do Choça, Bahia (Figura 1), entre os paralelos 14º 51’ e 14º 56’ Sul e os meridianos 40º 41’ e 40º 34’ Oeste, apresentando 68,71 km2 de superfície (6.871 ha).

A área de captação da barragem é formada pela sub-bacia hidrográfica do Rio dos Monos (SBHRM), com 2.537 ha, situada na porção leste e pela sub-bacia do alto e médio Rio Água Fria (SBHRAF), com 4.334 ha, na porção oeste.

A barragem de Água Fria I foi construída no período 1969/1971 no rio de mesmo nome e conta com um espelho d’água de 13 ha. A barragem de Água Fria II foi construída no período 1982/1986 (DI LAURO; SILVA, 2004) na confluência do Rio dos Monos com o Rio Água Fria, dando origem ao lago de 124 ha de espelho d’água que tem importância estratégica no abastecimento regional de água tratada.

Trilhas - Gráfico01

Considerando o mapa de Cobertura Vegetal original das barragens Água Fria I e II (Figura 2), confeccionado com base no Mapa de Cobertura Vegetal da Folha SD.24 Salvador (BRASIL, 1981), verifica-se que a área de estudo era recoberta originalmente por dois tipos de vegetação: a Floresta Estacional Semidecidual e a Floresta Estacional Decidual.

A região da Floresta Estacional Semidecidual, localizada em terrenos do Complexo Caraíba-Paramirim, distribuía-se por uma pequena parte da SBHRM (6,4%), especialmente na porção sudeste, formando uma área de transição entre a Floresta Ombrófila Densa e a Floresta Estacional Decidual. Normalmente, a percentagem das árvores caducifólias no conjunto da floresta ficava em torno de 20 a 50% e sua existência estava diretamente ligada a ocorrência de estação seca não muito pronunciada (BRASIL, 1981, p. 414). Atualmente, o uso dessas terras é destinado para agropecuária e pastagem.

A região da Floresta Estacional Decidual ocupava a maior parte da área de estudo (93,6%), correspondendo aos terrenos geológicos conhecidos como Coberturas Detríticas do Terciário Quaternário. Nessas áreas o período seco é maior e o percentual de decidualidade foliar dos indivíduos dominantes passa a ser de 50% ou mais na época desfavorável, o que indica uma maior durabilidade do período seco (BRASIL, 1981, p. 414).

Trilhas - Gráfico02

Verifica-se que nenhuma das formações florísticas originais teve a sua continuidade temporal e espacial assegurada, sendo gradativamente substituída pelas atividades antrópicas relacionadas à agricultura e à pecuária, trazendo prejuízos inestimáveis para a flora e para a fauna e os remanescentes florestais existentes são fragmentados e incapazes de refletir a riqueza primitiva.

A bacia de captação das barragens Água Fria I e II era composta originalmente por dois tipos de vegetação: Floresta Estacional Decidual e Semidecidual; uma das áreas florestais mais ameaçadas e menos conhecidas da Bahia. Ao longo das últimas décadas, a ação da atividade pecuária e agrícola, praticamente acabou com a cobertura vegetal natural, incluindo aí nascentes e matas ciliares.

praticamente acabou com a cobertura vegetal natural, incluindo aí nascentes e matas ciliares. A evolução do uso da terra nas barragens Água Fria I e II ilustra bem o processo de retirada da cobertura vegetal para o desenvolvimento da lavoura cafeeira em Barra do Choça.

É possível constatar que em 1974, no início da cafeicultura na região, a maior parte da área (44,5%) era ocupada por floresta. A área apresentava uma variedade muito grande em termos de fauna e flora. O principal afluente do rio Água Fria, o Rio dos Monos, tem esse nome em função da ocorrência de variedades de micos do gênero Cebus que habitavam as matas das barragens. Há relatos da década de 70 versando sobre a existência de suçuarana (Felis concolor), veado-mateiro (Mazama americana), gato-do-mato (Leopardus tigrinus), tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), macaco barbado (Alouatta guariba guariba), teiú (Teiús teyou), jacu (Penelope pileata), paca (Agouti paca), perdiz (Perdix perdix), nambu (Crypturellus parvirostris), capivara (Hydrocoerus hydrochaeris), cutia (Dasyprocta aguti), caititu (Tayassu tajacus), aranquã (Ortalis aracuan), codorna (Nothura maculosa), zabelê (Crypturellus noctivagus), sabiá preto (Platycichla leucops), araponga (Procnias nudicollis), periquito (Melopsittacus undulatus), gavião (Urubitinga urubitinga), tucano (Ramphastídeos), entre outros animais. Havia também espécies vegetais de grande e médio porte, tais como sucupira (Bowdichia virgiloides), pau d’arco (Tabebuia ipê), pau-Brasil (Caesalpinia echinata Lam), ipê (Tabebuia heptapyllla), vinhático (Plathymenia reticulata), palmito (Euterpe edulis), cedro (Cedrela fissilis), jequitibá (Cariniana legalis), pau-ferro (Caesalpinia férrea), entre outros. Essa biodiversidade era possível porque a área de floresta era superior a 3 mil hectares.

Atualmente, muitas dessas espécies não existem mais porque a constante fragmentação e destruição dos habitats vêm impedindo que as espécies se reproduzam ao longo do tempo. Aliado a isso, as atividades de caça promovidas por moradores da região também impactam negativamente. Os animais capturados deixam de cumprir o seu papel ecológico como predadores e dispersores de sementes. Os remanescentes florestais foram reduzidos a pouco mais de 700 hectares, distribuídos em 59 fragmentos pequenos e descontínuos incapazes de sustentar a riqueza vegetal e animal que existia no início da década de 1970. Desse total, 40 fragmentos têm menos de 10 ha. O maior remanescente florestal que ainda resiste está em torno de 105 hectares e apresenta problemas de conservação.

A consequência disso é que em 2004 a bacia de captação registrava apenas 11,4% de sua área coberta por floresta, o que permite observar que houve uma redução de 74,4% em 30 anos.

A área de vegetação secundária que era de 15,2% (1.045,6 ha) em 1974 diminuiu para apenas 2,9% em 2004, apresentando uma redução de 81,1% no período analisado, significando que no processo de desenvolvimento da agropecuária na bacia, essa cobertura vegetal foi sendo incorporada às lavouras de café e pecuária de bovinos.

De acordo com o Código Florestal (Lei 4.771/65 alterada pela Lei 7.803/89) são Áreas de Preservação Permanente (APP) as florestas e demais formas de vegetação situadas ao longo dos rios, ao redor de lagoas, lagos ou reservatórios, nas nascentes, no topo de morros, nas encostas com declividade superior a 45º, entre outras (BRASIL, 2005).

As determinações legais não estão sendo respeitadas, provavelmente pela falta de consciência ecológica dos proprietários rurais e ausência de fiscalização. É importante destacar que ao redor das barragens Água Fria I e II existem poucas áreas protegidas e, inclusive, verifica-se a ocorrência de pastagens nas margens dos dois reservatórios.

Enquanto as formações vegetais primitivas diminuíram de tamanho, as áreas de café que em 1974 ocupavam 595,76 ha (8,7 %) da bacia de captação das barragens Água Fria I e II se expandiram para 1.959,45 ha em 2004 (28,5 % da área total). Isso perfaz um crescimento de 227,6 % no período estudado. Elas avançaram sobre as áreas originais de floresta e de vegetação secundária e quando os preços não são favoráveis, muitas lavouras são abandonadas ou convertidas à pastagem até que se verifique uma nova alta dos preços.

As áreas de cultivos diversos envolvem áreas de pastagem, agricultura e vegetação que não puderam ser detalhadas em função da escala das fotografias aéreas e imagens de satélites. Este grupo aumentou 44,6 % entre 1974 e 2004. Com certeza, não são áreas de floresta e a grande variação nas cores se deve a variedade de cultivos em pequenas propriedades que praticam agricultura de subsistência.

A demanda por café, feijão, mandioca ou pela produção de quaisquer outros gêneros agrícolas significa incorporar mais áreas naturais ou redirecionar atividades tradicionais para o cultivo de determinado produto que apresente maiores chances de lucro para o produtor rural. Em grande parte dos casos, a busca pela lucratividade induz os proprietários rurais a arregimentarem áreas impróprias para a agricultura, gerando graves prejuízos para a vegetação e fauna originais, bem como degradando os recursos solo e água. A médio e longo prazo a própria área será abandonada pelo produtor que não conseguirá manter a produção em níveis satisfatórios. O resultado final é o surgimento de áreas degradadas que trazem prejuízos tanto para o próprio proprietário quanto para as áreas do entorno que mantêm uma relação de interdependência. De acordo com o Código Florestal (BRASIL, 2005):

Art. 2º. Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja: 1) de 30 (trinta) metros para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; […] c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados “olhos d’água”, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura; […].

Com relação ao regime especial de proteção para as matas dos reservatórios, o Código Florestal não estabeleceu limites mínimos, o que foi realizado pela Resolução Conama nº. 04/85 (CONAMA, 1992):

Art. 3º – São Reservas Ecológicas: […] b) – as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: […] II – ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais, desde o seu nível mais alto medido horizontalmente, em faixa marginal cuja largura mínima será: […] – de 100 (cem) metros para os que estejam em áreas rurais, exceto os corpos d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinqüenta) metros; […].

Art. 3º – São Reservas Ecológicas: […] b) – as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: […] II – ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais, desde o seu nível mais alto medido horizontalmente, em faixa marginal cuja largura mínima será: […] – de 100 (cem) metros para os que estejam em áreas rurais, exceto os corpos d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinqüenta) metros; […].

Além de desrespeitar a legislação, que torna obrigatória a preservação das nascentes e matas ciliares, este processo de ocupação das APPs resulta em vários problemas ambientais. As formações ciliares são como filtros, retendo defensivos agrícolas, poluentes e sedimentos que seriam transportados para os cursos d’água, afetando diretamente a quantidade e a qualidade da água e, conseqüentemente, a fauna e flora aquática e a população humana. São importantes também como corredores ecológicos, ligando fragmentos florestais e, portanto, facilitando o deslocamento da fauna e o fluxo gênico entre as populações de espécies animais e vegetais.

Se a lei fosse cumprida, no tocante à preservação das matas de nascentes e matas ciliares, teríamos os limites legais de 30 metros de florestas para cada margem dos rios, 50 metros de raio para as áreas de nascentes e para os reservatórios com até 20 ha e 100 metros de raio para o reservatório Água Fria II, com mais de 20 ha. Os efeitos positivos seriam sentidos na melhoria da quantidade e qualidade da água e no aumento da biodiversidade. No primeiro caso, porque as matas ciliares representam uma barreira para os agro-químicos e sedimentos provenientes das partes mais altas da bacia, evitando a poluição das águas e o assoreamento dos rios; no segundo caso, porque essas formações vegetais funcionam como corredores ecológicos, unindo os fragmentos florestais e aumentando a chance de sobrevivência das comunidades biológicas, de suas espécies e dos processos ecológicos e produtivos.

Um aspecto importante nas barragens Água Fria I e II é que se trata de uma área de produção de água para abastecimento das cidades de Barra do Choça e Vitória da Conquista e diversas localidades (GARCIA, 2004, p. 61). A barragem Água Fria I, com espelho d’água de 13 ha, construída no final da década de 1960 para abastecer exclusivamente a cidade de Vitória da Conquista ganhou uma companheira, a Água Fria II, com espelho d’água de 124 ha, na confluência do rio Água Fria com o rio dos Monos na década de 1980 para abastecer as cidades de Barra do Choça e Vitória da Conquista. Nesse lapso de tempo, o espelho d’água aumentou mais de 900 %. Entre as classes de uso estudadas, foi a que teve o maior crescimento e as águas represadas nas duas barragens servem hoje a mais de 400 mil habitantes localizados na região Sudoeste da Bahia, incluindo aí o núcleo urbano da cidade de Vitória da Conquista, terceiro município em expressão econômica no estado. A Figura 3 mostra o raio de influência das barragens.

Trilhas - Gráfico03

As barragens Água Fria I e II estão localizadas em uma área com ocorrência de estiagens cíclicas e é preciso manter as condições propícias para a produção de água. Além do desmatamento que se verificou ao longo da expansão da atividade econômica, outro problema atual é que uma parte das nascentes tributárias do rio dos Monos vem recebendo os efluentes domésticos do distrito de Barra Nova, que atualmente conta com cerca de seis mil habitantes. O distrito ocupa 26 ha na porção sudeste da bacia e não possui sistema de esgotamento e tratamento sanitário. No entender de Rocha (2005, p. 54.):

Percebe-se que no Distrito de Barra Nova , esse requisito [preservação das APPs] não vem sendo respeitado, visto que há a instalação de núcleos de povoamento (loteamentos) nas encostas e serras, justamente onde estão localizadas as nascentes dos rios, despejando as águas servidas, desmatando as encostas, aumentando os efeitos erosivos e assoreando os córregos, comprometendo a quantidade e a qualidade das águas, além de propiciar ambientes para propagação de doenças, e por extensão a saúde da própria população.

Outro problema ambiental sério é o lançamento de efluentes sem tratamento oriundo das atividades de despolpamento do café. O material, rico em matéria orgânica e nutrientes (fósforo, potássio, nitrogênio), poderia ser aproveitado pelo agricultor para adubar sua lavoura, diminuindo os custos de produção, mas, ao contrário, acaba percolando pelo solo e contaminando o lençol freático e/ou sendo carreado para as nascentes e rios, contaminando o solo e a água.

Como a população continua crescendo e a escassez de água é um problema nos dias atuais é preciso haver um manejo racional e sustentável dos recursos naturais a fim de que se possa garantir que esse bem natural estará disponível, em quantidade e qualidade, às futuras gerações. Esse manejo passa pelo tratamento dos efluentes do povoado de Barra Nova, pela recomposição das matas ciliares, das nascentes, enfim, pelo cumprimento das leis ambientais.
Objetivos do Projeto de Educação Ambiental “Trilhas Ecológicas”

As finalidades da EA que servem de base às ações a serem desenvolvidas são as seguintes:

Permanente preocupação com a situação ambiental na zona rural e urbana e a busca do entendimento sobre os fatores que interferem nessa situação sob os aspectos econômico, social, político e ecológico;
Aquisição do conhecimento, do valor, da atitude, do compromisso e da habilidade necessários à proteção e melhora do meio ambiente;
Criação de novos padrões de conduta orientados para a preservação e a melhora da qualidade do meio ambiente.

O processo de EA, como em geral ocorre com todo o processo educacional, exige a participação dos professores, pois implica em tarefa didática e pedagógica.

Cabe ao professor e demais pessoas ligadas ao ensino, possibilitar a aquisição de conhecimentos relativos ao ambiente, tendo em vista a realidade local, do País, como também a mundial. Isto pode ser feito através do acesso às informações e às diferentes experiências sobre problemas ambientais.

Mas, estar informado sobre estes problemas não é suficiente para que haja uma efetiva participação da população nas questões ambientais. É necessário que as pessoas adquiram consciência sobre a gravidade destas questões para a vida de cada um e da comunidade como um todo. É necessário, também que as pessoas sejam motivadas a ter uma participação ativa pela melhor qualidade e proteção do meio ambiente.

OBJETIVO GERAL

  • Fortalecer o trabalho de Educação Ambiental que já vem sendo desenvolvido nas Escolas do Município.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Identificar os principais usos da terra no entorno das Barragens Água Fria I e II.
  • Verificar, na prática, o cumprimento ou não das leis que protegem as matas ciliares.
  • Analisar os possíveis impactos ambientais decorrentes das atividades que são desenvolvidas nas barragens.
  • Proporcionar a possibilidade de adquirir conhecimentos, o sentido dos valores, o interesse ativo e as atitudes necessárias para proteger e melhorar o meio ambiente.
  • Plantar árvores nativas no entorno da barragem Água Fria II.

Metodologia

O projeto “Trilhas Ecológicas” será desenvolvido nas Barragens Água Fria I e II e envolverá os alunos do curso integrado do IFBA campus de Vitória da Conquista. As aulas de campo ocorrerão sempre no turno de aulas dos alunos e contarão com a participação de professores da turma e demais pessoas que puderem contribuir com a proposta, previamente aceitas pelo grupo e comprometidas com os objetivos do projeto. No roteiro da trilha ecológica, os estudantes estarão percorrendo glebas de mata, pastagem e café, a fim de identificar os principais usos da terra e perceber as mudanças na paisagem e nas características físicas e morfológicas do solo.

Avaliação

Ao final da trilha, os alunos deverão produzir um relatório em grupo, destacando os principais pontos abordados na visita técnica, com destaque para os usos da terra, o cumprimento das leis ambientais e os impactos ambientais. O relatório deverá conter registro fotográfico e os alunos terão o prazo de uma semana para entregarem aos professores, a fim de cumprirem créditos parciais de avaliação das disciplinas envolvidas.

Custos

As despesas relacionadas ao deslocamento dos alunos até as barragens Água Fria I e II serão custeadas pelo IFBA Campus de Vitória da Conquista, através da liberação de ônibus e motorista. Não haverá solicitação de diárias em virtude da trilha acontecer em apenas um turno, matutino ou vespertino. Também não haverá despesas oficiais com lanches e água, pois estes serão responsabilidade de cada um.

Referências

BRASIL. Congresso Nacional. Lei n. 4.771 de 15 de setembro de 1965. Institui o novo Código Florestal. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília DF, 16 set. 1965. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/legisla.htm. Acesso em: 31 mar. 2005.

______. Congresso Nacional. Lei n. 7.803 de 18 de julho de 1989. Altera a redação da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e revoga as Leis nºs 6.535, de 15 de junho de 1978, e 7.511, de 7 de julho de 1986. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília DF, 20 jul. 1989. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/legisla.htm. Acesso em: 31 mar. 2005.

______. Ministério das Minas e Energia. Secretaria Geral. Projeto RADAMBRASIL: Folha SD.24 Salvador: geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação e uso potencial da terra. Rio de Janeiro, 1981. 624p.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resoluções do CONAMA 1984/91. 4.ed. ver. e aum. Brasília: IBAMA/CONAMA, 1992.

DI LAURO, A.; SILVA, E. S. O uso atual da terra no entorno das barragens Água Fria I e II. Monografia (Graduação) – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, 2004.

GARCIA, C. R. S. Alternativa para o abastecimento de água de Vitória de Vitória da Conquista, Bahia. Monografia (Especialização em Recursos Hídricos) – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, 2004. 70 p.

ROCHA, L. O. Degradação Ambiental e Ocupação das Nascentes do Rio dos Monos e no Riacho Água Fria, no Município de Barra do Choça. Monografia (Especialização em Recursos Hídricos) – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, 2005. 80 p.

Sobre Lorrane Tigre

Lorrane Tigre Colunista do Portal InQ.Ifba

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