Por: Clarice Gomes
Considerada a “Árvore Sagrada do Sertão”, a Spondias Tuberosa, conhecida popularmente como umbuzeiro, é uma árvore nativa da caatinga de vegetação semiárida. Símbolo de resistência às intempéries climáticas, a planta tem a capacidade de armazenar, em suas raízes, cerca de 3.000 litros de água durante a estação chuvosa, podendo assim resistir a longos períodos de seca.
O umbuzeiro é encontrado no sertão da Bahia, Sergipe, Pernambuco, parte do sul de Piauí e norte de Minas Gerais. Sua exploração acontece uma vez por ano e é de grande importância para o povo nordestino por ser uma alternativa econômica e de subsistência alimentar para milhares de famílias. O fruto do umbuzeiro é arredondado, de coloração verde amarelado, de alto índice aquoso, casca lisa de textura aveludada e sabor levemente azedo. Ele é constituído por casca (22%), polpa (68%) e caroço (10%), rico em fibras, proteínas e vitaminas C, A, B1, B2, B3 e minerais como Cálcio, Magnésio e Zinco. Em 100 gramas de sua polpa há, aproximadamente, 44 calorias;
0,6 g de proteínas; 20,0mg de cálcio; 14,0mg de fósforo; 2,0mg de ferro; 30,0mg de vitamina A; 33,0mg de vitamina C e 0,04mg de vitamina B1.
Os benefícios do umbu são inúmeros, por exemplo: ele é nutritivo, auxilia no emagrecimento, tem ação oxidante, rico em Vitamina C, energético, combate a moléstia da córnea, vermífugo, antidiarreico; e, por conter toxinas antioxidantes, ele ajuda a combater radicais livres, além de auxiliar nas doenças cardiovasculares. O umbu é consumido in natura ou através de processamentos que dão origem a uma polpa com a qual é possível fazer sucos, geleias, doces, sorvetes e a típica umbuzada. As folhas e raízes da planta também são comestíveis, podendo ser consumidas cruas, refogadas ou em conservas.
Enquanto muitos produtores lutam para cultivar feijão, arroz, milho, soja e várias frutas irrigadas, a natureza nos oferece o umbu. Esse fruto é produzido todos os anos, independe da previsibilidade de chuvas, e não necessita de irrigação, alimentando assim pessoas e animais sem custo. Porém, mesmo com toda essa magnitude, o umbuzeiro ainda não recebe a devida importância no que concerne a sua preservação e seu aproveitamento de produção.