por Danyella Silveira
A nanotecnologia pode ser caracterizada como um ramo da ciência, da engenharia e da tecnologia que consiste em manipular átomos e moléculas, ou seja, a estrutura molecular dos materiais, para alterar suas propriedades em uma escala nanométrica, de cerca de 1 a 100 nanômetros (nm), que tem sido amplamente estudada para aplicações no tratamento de água. Para que esta fique em condições adequadas para o consumo, o processo de tratamento a livra de qualquer tipo de contaminação, evitando a transmissão de doenças.
Dentro da categoria de tratamento e remediação, a nanotecnologia tem potencial de contribuir para a qualidade de água a longo prazo, disponibilidade e viabilidade dos recursos hídricos, através do uso de membranas funcionalizadas ou processos avançados de filtração que permite o reuso de água e a dessalinização. Dessa forma, essa nova abordagem tecnológica surge como uma promissora resposta aos desafios enfrentados na busca por soluções sustentáveis.
Existem diferentes métodos de tratamento da água a partir da utilização de nanomateriais. Os principais são por adsorção, membranas de filtração e fotocatálise, permitindo a desintoxicação in situ, o que implica em enormes vantagens técnicas e econômicas em corpos e cursos de água.
A adsorção funciona como uma limpeza profunda, onde contaminantes são atraídos e removidos mediante a utilização de materiais específicos, podendo ser orgânicos, metálicos ou poliméricos, por meio de procedimentos magnéticos e reativos químicos. As membranas de filtração, por sua vez, agem como barreiras físicas, removendo impurezas, dissolvendo sais e conferindo maior suavidade à água, utilizando materiais nano-porosos.
Em conseguinte, a técnica de nano-fotocatálise, envolve a aplicação de filmes finos que quando expostos à luz, demonstram propriedades bactericidas e fungicidas, além de capacidade para a eliminação de odores do ar e até mesmo inativação de vírus. Por fim, a fotocatálise, além de contribuir para a produção de energia através da degradação de biomassa e produção de hidrogênio, é capaz de desinfetar a água, destruindo micróbios, vírus e até metais pesados.
Embora os processos de tratamento de água/efluentes permitidos pela nanotecnologia tenham mostrado grande potencial em pesquisas laboratoriais, sua prontidão para comercialização varia, tendo em vista que alguns já se encontram disponíveis, enquanto outros exigem pesquisas significativas antes de serem considerados para uma escala de produção.
Dentro das investigações em nanotecnologia e sua relação com o tratamento de água no Brasil, a maioria enfoca a remediação ambiental, considerando-se a importante quantidade de pesquisadores na área no Brasil, assim como a infraestrutura disponível para que a pesquisa avance e seja aplicada de forma funcional.
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