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O crescimento da produção científica: destaque para o interior dos estados

por Ane de Carvalho Cardoso

Nos últimos anos é possível perceber o crescimento do desenvolvimento científico nas diversas regiões do Brasil. Em revistas e índices científicos internacionais, pesquisadores brasileiros de vários lugares do país vêm sendo reconhecidos pelos trabalhos desenvolvidos, o que nos permite avaliar os avanços das instituições de ensino, bem como perceber que os centros de ensino do interior também têm recebido destaque por suas produções científicas. Podemos mencionar, por exemplo, o trabalho desenvolvido pela professora Núbia Moura Ribeiro, docente na área de química, no Instituto Federal da Bahia campus Jequié, que foi premiada em primeiro lugar, dentre os sete pesquisadores do Instituto melhores classificados na Alper-Doger (AD) Scientific Index, que divulgou ranking dos 10.000 cientistas mais influentes da América Latina.

O Alper-Doger Scientific Index é um sistema de classificação e análise com base no desempenho científico e no valor agregado da produtividade científica de cada pesquisador. Os artigos desenvolvidos pela professora Núbia são sobretudo voltados à área de Biodiesel, sendo frutos de suas pesquisas de doutorado desenvolvidas em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA).  Seus trabalhos contribuíram fortemente para a formação de muitos estudantes na orientação de iniciação cientifica, de TCC de graduação, mestrado e doutorado, uma vez que, segundo levantamento do Alper-Doger Scientific Index, as pesquisas desenvolvidas pela professora foram mencionadas 893 vezes em buscas realizadas pelo Google Scholar.

Portanto, fica evidente o quanto que a realização de pesquisas nas instituições contribui na melhor compreensão dos problemas e na busca por soluções, bem como para a melhor formação dos jovens. Nesse sentido, torna-se notável a necessidade que o país tem de continuar avançando nessa direção, para que em todos os Institutos e Universidade, sejam da capital ou do interior, haja cada vez mais incentivos para a produção cientifica.

O InQ.Ifba conversou com a professora Núbia Moura. Confira!

Inq.Ifba: Professora, qual a importância desse reconhecimento do seu trabalho para sua vida pessoal e, também, para o meio acadêmico?

Professora Núbia: Inicialmente gostaria de agradecer o convite para fazermos essa entrevista. É natural ficarmos felizes ao vermos que um órgão internacional nos aponta como uma pesquisadora cujas publicações têm sido lidas e citadas por outros colegas, isso é muito gratificante. Por outro lado, eu tenho por princípio evitar alimentar a vaidade, pois isso prejudica muito a cooperação em todos os aspectos da vida, ainda mais na pesquisa que precisa de muita parceria. E eu vejo que, se houve esse reconhecimento, foi porque trabalhei e trabalho com muitos colegas maravilhosos, competentes, dedicados e esse resultado, portanto, não é só meu, é de todos nós. No âmbito profissional, tenho a impressão de que o impacto desse reconhecimento é pequeno, pois prosseguirei com as mesmas atividades e responsabilidades que tenho. Um aspecto bom, por exemplo, é essa entrevista que divulga um pouco como vejo a pesquisa e a vida em geral.

Inq.Ifba: Qual é a importância das pesquisas desenvolvidas pela senhora para a sociedade e também para a formação de outros pesquisadores?

Professora Núbia: Honestamente eu gostaria de ter realizado pesquisas que trouxessem maior contribuição social, econômica, ambiental ou mesmo institucional para o IFBA. Mas eu venho de uma formação em que o foco das pesquisas era fortemente voltado para a produção de conhecimento, sem necessariamente buscar uma aplicação ou a solução de um problema prático, da vida real. Com isso, na verdade eu ficaria muito mais satisfeita se minhas pesquisas trouxessem de fato contribuições práticas, mas acho que a maior contribuição que dei e tenho dado é na formação de pessoal em nível de mestrado e doutorado. Sempre me dediquei com muita atenção e responsabilidade às atividades de orientação, e acho que essa é a contribuição da qual mais me orgulho, ao lado, claro, das atividades de ensino.

Inq.Ifba: Quais aspectos são importantes para o início da produção da pesquisa?

Professora Núbia: Embora a iniciação científica, em nível de graduação, ou mesmo a iniciação científica júnior no ensino médio, permita uma aproximação às atividades de pesquisa, considero que no âmbito acadêmico a formação de um pesquisador ocorre na pós-graduação, em especial no mestrado e no doutorado, pois na pós-graduação uma significativa parte do tempo de formação é dedicado à pesquisa, que é determinante para a obtenção do título acadêmico. Entretanto, com a maioria do pós-graduandos ocorre o que ocorreu comigo: a formação do pesquisador se dá com um viés muito teórico, desvinculado dos problemas reais do mundo onde vivemos. E, ao finalizarmos nossas pós-graduações, tendemos a repetir o mesmo modelo de atividades nos quais fomos formados. É preciso dizer que há um movimento no sentido de mudar esse padrão e esse foco das pesquisas, mas essas mudanças precisam de tempo. Então, voltando à sua pergunta, levando em conta isso e também que qualquer pesquisa começa com a identificação de um problema, acredito que o aspecto mais importante para o início de uma pesquisa seja a identificação de problemas relevantes que mereçam a dedicação de uma pesquisa.

Inq.Ifba: Quais são os principais desafios para um pesquisador (a) nos dias atuais, principalmente no interior?

Professora Núbia: Como disse na questão anterior, o início de qualquer pesquisa ocorre com a identificação de um problema relevante, que mereça a dedicação do pesquisador para estudá-lo e solucioná-lo. Mas se realizar a pesquisa dependesse somente da identificação de problemas relevantes isso seria muito simples. Aí entra um aspecto importante a ser considerado: a capacidade de realização da pesquisa tanto em termos intelectuais – que se referem às bases teóricas e metodológicas para compreender o problema e os procedimentos para buscar soluções –, como em termos materiais – que se referem à infraestrutura laboratorial, recursos para materiais de consumo, recursos para conserto de equipamentos, equipe qualificada etc. Assim sendo, a etapa mais simples é identificarmos problemas, e muitos, que merecem a realização de pesquisas para solucioná-los, mas nos faltam os recursos para de fato as realizarmos. Além disso, no que se refere ao IFBA, precisamos considerar que trabalhamos numa instituição que ainda tem pouca tradição em pesquisa, pois só em 2008, com a transformação do CEFETBA em IFBA, é que a pesquisa passou a ser atividade finalística da instituição, ao lado de uma tradição centenária de foco no ensino. Preciso dizer que não questiono esse foco, acho que é dever nosso manter sempre um ensino da mais alta qualidade, mas meu questionamento é quanto ao foco demasiado no ensino quando somos uma instituição de ensino, pesquisa e extensão. Além disso, há as assimetrias regionais, que resultam numa concentração de recursos, infraestrutura e pessoal qualificado para o desenvolvimento de pesquisas em instituições das regiões sudeste e sul. Tudo isso são desafios que temos de enfrentar para realizar pesquisas, e isso é ainda um pouco mais difícil quando o pesquisador se encontra em um campus do interior do Estado. Além das oportunidades de parcerias, de participação em eventos presenciais, de infraestrutura institucional serem mais favoráveis na capital, temos de considerar que a carga horária docente média nos campi do interior é superior à carga horária docente média no Campus Salvador. Em resumo, são vários os desafios que todo pesquisador do IFBA enfrenta, especialmente nos campi do interior do Estado. Por isso, ficamos muito felizes quando vemos que temos muitos pesquisadores engajados, dedicados, superando dificuldades e fazendo um belo trabalho. Parabéns a todos que se dedicam à pesquisa!

 

 

 

Sobre Ane

Ane Cardoso, graduanda em Engenharia Elétrica pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFBA) – Campus Vitória da Conquista; Membro da Coordenadoria de Projetos do CreaJr-BA (núcleo Vitória da Conquista); Membro voluntária colunista o InQ.Ifba (Portal da Inovação e Qualidade); Áreas de interesse: Literatura, Engenharia e educação.
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